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Reunião de Leite que discutiu aliança para a eleição a governador movimenta cenários para 2026

Ao reunir pela primeira vez o consórcio governista na busca de um nome de consenso ao Piratini em 2026, o governador Eduardo Leite animou os aliados, podendo mudar o futuro da candidatura do vice Gabriel Souza (MDB). Até então tido como representante natural da atual gestão nas urnas, Gabriel teve a candidatura relativizada por Leite, que condicionou a escolha a uma ampla discussão entre os partidos e à performance em pesquisas de opinião.

Convocada pelo governador, a reunião realizada na quarta-feira (15), no Palácio Piratini, tinha por objetivo frear o flerte dos aliados com a oposição. Enquanto o pré-candidato do PP, Covatti Filho, negocia com o PL, a postulante do PDT, Juliana Brizola, tenta obter apoio do PT.

Leite já havia declarado descontentamento com essa postura, mas os partidos viam em sua preferência explícita por Gabriel uma licença para procurar outro rumo eleitoral. Ao abrir a reunião, o governador foi taxativo ao dizer que a sucessão ao governo do Estado é sua prioridade e que não considera apropriado a base governista negociar com a oposição.

Gabriel Souza estava em São Paulo no dia da reunião, mas foi avisado do encontro por Leite. O governador disse ao vice que faria um apelo à unidade da base aliada.

— O que o governador passou aos partidos da base é que, acima de nomes, o mais importante é garantir a evolução do projeto que recolocou as contas em dia, propiciou a volta dos investimentos do governo do Estado e resultou em uma melhora significativa de vários serviços públicos. Para tanto, é fundamental estarmos juntos defendendo o projeto que construímos desde o governo Sartori e nos dois governos Leite. Se isso estiver claro entre todos, os nomes serão definidos no momento oportuno — disse Gabriel Souza a Zero Hora.

Reação dos aliados
A cobrança de Leite aos partidos que negociam com a oposição foi a deixa para uma intervenção do presidente do União Brasil, Luiz Carlos Busato. Primeiro a falar, o deputado federal celebrou a iniciativa mas lembrou que havia ali na sala duas pré-candidaturas aliadas e que Leite estava circulando pelo Interior afirmando que seu candidato é Gabriel.

— A candidatura do Gabriel é condição sine qua non? — questionou Busato.

— Não é condição — respondeu Leite.

A afirmação causou surpresa, mas consolidou um sentimento entre os partidos de que a demora do vice em se mostrar competitivo pode desobrigar Leite de apoiá-lo. Levantamento da Genial/Quaest, divulgado em 22 de agosto, mostrou o emedebista em quarto lugar, com 5% das intenções de voto.

Há um entendimento na cúpula do Piratini de que Gabriel tem amplas condições de ser um candidato robusto. Ao mesmo tempo, há uma nítida preocupação com a demora de crescimento nas pesquisas. Para viabilizar Gabriel, Leite divide as agendas com o vice, dando visibilidade e suporte para que ele exiba as realizações do governo.

Gabriel tem inaugurado obras e participado de eventos todas as semanas no Interior, sempre com avião ou helicóptero à disposição para percorrer as distâncias mais longas. Uma das apostas para ampliar sua exposição é a propaganda política do MDB que será exibida no final do mês e na qual será protagonista.

Diante da dificuldade do vice nas pesquisas e dos avanços nas negociações dos aliados, Leite decidiu convocar os partidos, sobretudo para atrair o PP, sigla que elegeu 164 prefeitos ano passado e mantém, na federação com o União Brasil, 11 assentos na Assembleia Legislativa.

— Antes o candidato era o Gabriel, então a gente foi conversar com os outros partidos. Agora o governador abriu outras possibilidades. Fico muito feliz, pois o PP quer colocar um nome para capitanear o projeto — diz Covatti Filho.

Fonte: GHZ

Foto: Joel Vargas / Divulgação

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