Cientistas anunciaram um caso histórico de remissão prolongada de câncer após 18 anos com o uso da terapia CAR-T, uma técnica inovadora que modifica células de defesa do sistema imunológico para combater tumores. O estudo, publicado na revista científica Nature, relata o caso de um paciente com neuroblastoma, um câncer que afeta células nervosas, que permanece livre da doença após quase duas décadas de tratamento.
A terapia CAR-T consiste em extrair células T do paciente, reprogramá-las geneticamente para identificar e atacar células cancerígenas e, posteriormente, reintroduzi-las no organismo. O sucesso deste caso pode ter sido influenciado por fatores como a carga tumoral reduzida no momento do tratamento, segundo a médica neozelandesa Helen Heslop, autora principal da pesquisa.
No Brasil, a terapia é indicada para pacientes com leucemia linfoide aguda de células B ou linfoma não-Hodgkin, após falha de tratamentos convencionais. Casos como o de Vamberto Luiz de Castro, tratado com sucesso em 2019, e de Paulo Peregrino, que teve remissão completa após 30 dias de tratamento, ganharam destaque no país.

O estudo acompanhou 19 crianças tratadas com neuroblastoma entre 2004 e 2009, das quais sete sobreviveram e cinco seguem em acompanhamento. A persistência das células CAR-T no organismo ao longo dos anos traz esperança, mas também novos questionamentos sobre a longevidade e eficácia do tratamento contra tumores sólidos.
Os pesquisadores apontam que, com melhorias nas células CAR-T, aplicadas mais cedo no tratamento, pode ser possível reduzir a necessidade de quimioterapia e radioterapia, proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes.
Fonte: G1
Foto: Arte/g1
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