A falta de chuva em regiões do Rio Grande do Sul vem deixando produtores rurais preocupados e já causa prejuízos em lavouras do estado. De acordo com a Defesa Civil, pelo menos oito cidades já decretaram estado de emergência ou calamidade por conta da estiagem. Outras 15 entraram com registro no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) do Governo Federal e aguardam aprovação.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) aponta que as regiões com mais danos registrados são as Missões, o Centro e a Fronteira Oeste do RS. Em Santa Maria, na região central, a plantação de 584 hectares de soja do agricultor Renato Freitas está praticamente toda condenada.
“O que estamos vendo aqui é uma tragédia, perda total dessa área. É uma situação que nos deixa muito apreensivo”, diz o agricultor.
Em São Luiz Gonzaga, na região das Missões, a falta de chuva faz com que a estimativa de colheita de soja caia pela metade no município. No início do plantio, a produtividade média esperada era de 50 sacas por hectare – agora, a estimativa é colher 25 sacas por hectare.
“Isso equivale a aproximadamente R$ 293 milhões de prejuízos, só na cultura da soja”, lamenta Paulo Corrêa de Matos, representante da Emater na cidade.
Com o milho, não é diferente: a cultura, que está na fase de colheita, tem perdas mesmo em áreas irrigadas. Em São Luiz Gonzaga, a produtividade esperada era de 180 sacas por hectare, mas caiu para 160. Onde não há irrigação, as perdas podem chegar a 45% (de 130 sacas por hectare para 71).

“Hoje é a irrigação que nos defende, que dá esse respaldo para mantermos a produção”, avalia o agricultor Eduardo Medeiros Kurylo.
Em 2024, o governo do RS lançou um programa que paga até R$ 100 mil por produtor para projetos de irrigação.
“Esse recurso vai diretamente para a conta do produtor. Ele não precisa buscar um banco específico para ter o seu crédito. A meta é irrigarmos mais 100 mil hectares nos próximos anos”, diz Clair Kuhn, secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação do RS.
Não só a agricultura, mas também a pecuária de corte sofre com a falta d’água. Com o pasto nativo seco, falta comida para os animais. De acordo com o pecuarista Cesar Comparsi, para manter a produção saudável é necessário comprar alimentação para o gado.
“É para tentar manter o peso, porque a conversão de gordura e ganho de peso não é o foco, hoje tem que tentar fazer esses animais sobreviverem, manter eles em um estágio bom para futuramente, quando vierem as chuvas ou o inverno, esse gado esteja com um peso que a gente consiga mandar para o abate”, diz.
Fonte: G1RS
Fotos: Reprodução/RBS TV
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