Falta de Planejamento e Assistencialismo Travam o Desenvolvimento do Brasil

O Brasil é um país de imenso potencial, com recursos naturais abundantes, uma economia diversificada e uma população trabalhadora. No entanto, a ausência de planejamento estratégico e a dependência excessiva de políticas assistencialistas têm transformado essa riqueza em uma barreira ao desenvolvimento nacional. Essa falta de visão organizada não afeta apenas setores isolados, mas permeia praticamente todos os aspectos da economia e da vida cotidiana.

O transporte coletivo é um exemplo evidente dessa ineficiência estrutural. Pagamos caro por um serviço que entrega pouco, como bem destacou o jornalista Cláudio Dantas. Esse cenário de transporte caro e ineficiente reflete um país que negligencia o planejamento e desperdiça recursos, oferecendo soluções de baixa qualidade para a população. E essa mesma lógica se aplica a outros setores cruciais, como o agronegócio, que sustenta boa parte da economia brasileira.

Embora o Brasil seja um dos maiores produtores de alimentos do mundo, não possui uma política eficiente de armazenagem. A cada safra recorde, esbarramos em problemas logísticos que geram desperdício, elevam custos e comprometem a competitividade. Mas a questão da armazenagem é apenas mais um exemplo de como a falta de planejamento impacta negativamente a nossa economia. É um reflexo de uma gestão pública que privilegia soluções imediatistas e superficiais em vez de abordar os problemas estruturais que impedem o crescimento sustentável.

Essa abordagem é agravada por um assistencialismo desmedido e muitas vezes irresponsável. Políticas públicas que deveriam combater a pobreza e fomentar o desenvolvimento acabam criando um ciclo de dependência que desestimula o trabalho e reduz a geração de riquezas. Enquanto isso, a falta de investimentos em infraestrutura básica, como transporte e logística, encarece não apenas os alimentos, mas a vida como um todo no Brasil.

A consequência desse modelo é que tudo se torna mais caro para o brasileiro. Sem planejamento estratégico e infraestrutura adequada, o país vive uma realidade de improvisação que impacta diretamente o custo de vida da população. Não é apenas a comida na mesa que pesa no bolso; é a ineficiência generalizada que afeta o transporte, o trabalho e a qualidade de vida.

O Brasil precisa romper com esse ciclo de improvisação e paternalismo. Infraestrutura, seja no transporte público ou na logística agrícola, não é um luxo, mas uma necessidade básica para o desenvolvimento econômico e social. Com planejamento estratégico, políticas públicas focadas em resultados e governantes que priorizem o longo prazo, podemos transformar nosso potencial em prosperidade real.

É hora de superar as soluções paliativas e investir no Brasil que trabalha, produz e transforma. O país nasceu para dar certo, mas isso exige organização, visão e vontade política para construir um futuro à altura de sua grandeza.

Jeronimo Goergen
Presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil

📲 Acesse o canal do Blog Atualidade no WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *