A boxeadora italiana Angela Carini se pronunciou após abandonar sua luta contra a argelina Imane Khelif aos 46 segundos de combate, nesta quinta-feira (1º). Carini afirmou que sua retirada do ringue não teve relação com as controvérsias envolvendo sua oponente, mas sim por um desconforto nasal que a impediu de continuar.
Imane Khelif foi autorizada a competir nas Olimpíadas de Paris apesar de não ter passado no teste de gênero exigido pela categoria. Essa decisão gerou descontentamento entre atletas e fãs do esporte, pois outra boxeadora, a taiwanesa Lin Yu-ting, também foi permitida a competir sob as mesmas circunstâncias. No entanto, Carini negou que seu abandono tenha sido um boicote em resposta à situação de Khelif. Em suas palavras, “não sou ninguém para julgar e não tenho nada contra minha adversária.”
O treinador de Carini, Emanuele Renzini, confirmou que Angela foi pressionada a boicotar a luta, mas ela optou por seguir em frente. Carini esclareceu que abandonou a luta devido a dificuldades respiratórias após ser atingida no nariz. Segundo ela, “recebi dois golpes no nariz e não conseguia mais respirar; então procurei o Maestro Renzini e, com maturidade e coragem, disse basta.”
A repercussão do episódio não se limitou ao mundo esportivo. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, também se manifestou sobre o ocorrido, criticando a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de permitir que atletas que não passaram nos testes de gênero competissem. Meloni expressou preocupação com questões de segurança e igualdade nas competições femininas, dizendo que “algumas teses levadas ao extremo correm o risco de impactar nos direitos das mulheres.” Ela agradeceu a Angela Carini pela sua postura, afirmando que “dedicação, determinação e caráter também contam,” mas que é essencial competir em igualdade de condições.
Foto da capa: Mohd Rasfan/AFP | Fonte: CNN Brasil
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