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“Ele era meu chão, meu tudo”, diz pai de soldado morto em acidente no Cismo

Um jovem tranquilo, responsável, querido por todos e apaixonado pela cultura gaúcha. É assim que Pedro Ozorio Barbosa Nascimento, 44 ​​anos, descreveu o filho Breno, de 21, que morreu após sofrer um acidente durante uma atividade no Campo de Instrução de Santa Maria (Cism) , na terça-feira (10). Os outros três soldados que acompanharam Breno na viatura ficaram feridos.

Natural de Santa Maria, Breno era colorado fanático, sempre gostou muito de cavalos e provas de laço. Segundo o pai, a paixão pelos animais fez com que o jovem solicitasse a transferência do 29º Batalhão de Infantaria Blindado para o Cism, onde passou a servir neste ano.

— Morreu fazendo aquilo que gostava, dentro do quartel, dentro de uma viagem. É muito difícil. Eu digo, tem que ter coragem. Mas, por ele, pelo amor que a gente tinha, pelo jeito que ele queria que eu ficasse, eu vou superar isso — diz.

Em 2005, teve a oportunidade de ir morar em Caxias do Sul com a mãe Mara da Silva Nascimento, 49 anos, e o irmão mais novo, Natan, de 16 anos, mas sequências ao lado do pai em Santa Maria.

Por influência do pai, Breno cresceu envolvido nas lidas campeiras. O pai Pedro é militar da reserva e atualmente trabalha fazendo serviços de serralheria em casa.

— Desde pequeninho ele ia para o quartel, rodeios e cavalgadas comigo. Quando a mãe dele se mudou, ele disse que não iria me abandonar. Quando ele estava em rodeio e descobriu alguma festa, ele estava em casa para me procurar. Ele era meu chão, meu tudo — conta o pai.

Ainda muito novo, Breno sempre foi organizado e responsável, conta o pai. Desde março deste ano, trabalhei gerenciando uma kombi que vendia caldo de cana, e a expectativa era expandir o negócio para rodeios e.

Para Paulo, ver o legado deixado pelo filho desperta o sentimento de “missão cumprida”, e agora, ele busca forças para lidar com a saudade.

— Aqui em casa era só eu e ele. Antes, eu fiquei sozinho em casa e sabia que ele estava no quartel e logo ia chegar. E agora ele não vai chegar mais. Está difícil.

Para os amigos, Breno era uma pessoa muito especial. O Rodrigo Cordeiro, 22 anos, relembra as histórias vividas do corretor ao lado do amigo no Bairro Boi Morto desde que eram crianças.

Rodrigo (à esq) e Breno.

— Ele não era só meu amigo, era um irmão, meu companheiro. Crescemos juntos, eu vivia na casa dele e ele na minha. Primeiro rodeio que lacei foi com ele, quando éramos crianças fizemos até um canal no YouTube. Continua muito difícil acreditar que ele se foi, vou cuidar da família dele e dos animais que ele mais gosta — conta.

Apaixonado por cavalos, Breno pediu transferência para o Cism para ter mais contato com os animais.

O caso

O acidente aconteceu por volta das 17h de terça, durante uma atividade no interior do Cismo. A viatura em que Breno estava com outros três soldados tombou.

O soldado Guilherme Flores de Souza , 19 anos, recebeu alta na manhã de quarta-feira, e Diovane Gabriel de Senna Vargas, 20 anos, na noite de quarta. Os dois foram em recuperação na enfermaria do Hospital Militar de Santa Maria .

Já o soldado Fernando dos Santos Rumpel, 19 anos, teve uma fratura no rosto e passou por cirurgia na manhã desta sexta-feira (13), no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo. Ele se recuperou bem do procedimento.

A 3ª Divisão do Exército, por meio de nota, na terça, se manifestou sobre o caso:

“A 3ª Divisão de Exército (3ª DE) vem por meio desta nota informar que, por volta das 17h, durante uma atividade administrativa no interior do Campo de Instrução de Santa Maria, uma viatura Land Rover tombou. Nenhum acidente, lamentavelmente um soldado faleceu e outros três estão internados em estado estável, sendo um no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo e os outros dois soldados no Hospital Militar de Santa Maria está prestando todo oio . as famílias dos militares envolvidas no acidente. As denúncias do acidente serão apuradas por meio do Inquérito Policial Militar.”

Investigação

A ocorrência foi registrada pelo superior de dia da ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e o local passou por perícia . Além do Exército, a Polícia Civil, através da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), também investiga o caso.

Fonte: Diário de Santa Maria

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