“Ele deixou um legado, nunca será esquecido”, diz tutor de Guapo, cão-bombeiro que morreu aos 11 anos

Conheci Guapo, o labrador do Corpo de Bombeiros Militar do RS (CBMRS), depois de seu retorno da tragédia de Brumadinho, em 2019. Junto de outros cães do serviço de busca e resgate, ele ganhou medalha do governo do Estado pelos serviços prestados. Aposentado desde 2024, Guapo morreu nesta semana, aos 11 anos e três meses.

Na última sexta-feira (25), seu parceiro e tutor, o sargento Alex Sandro Teixeira Brum, mandou mensagem pelo WhatsApp para a jornalista Juliana Bublitz, colunista da GZH:

— Lembra do Guapo?

Impossível esquecer aquele labrador bonito, cheio de energia e de educação (era treinado e fez história no CBMRS).

— Ele não está muito bem — prosseguiu o sargento, entristecido — Em muitíssimo pouco tempo descobrimos um câncer agressivo. Fizemos exames e acompanhamento com médico veterinário oncologista, mas não tem que o ser feito.

Torci para que o cão-bombeiro se recuperasse. Não deu. Guapo partiu cercado de amor e recebeu uma bela homenagem em Santa Maria, onde era membro honorário do 4º Batalhão de Bombeiros Militar.

— No final, restaram medidas paliativas para dar conforto e muito amor e carinho, amor dado por todos, em especial pela minha família, Letícia, Arthur e Davi (depois da aposentadoria, Guapo passou a viver com eles). Cães vivem pouco mesmo, eu sei, mas são capazes de ensinar grandiosidades, como amar e não perder tempo. O tempo não para e não volta mais. Ele deixou seu legado e nunca será esquecido por nós. Um dia vamos nos encontrar, e eu vou tocar bolinha no açude para ele buscar — concluiu Brum, para quem Guapo era como um filho.

Um cão pode fazer escola? Guapo fez. Junto de seu tutor, deu os primeiros passos no CBMRS, ainda filhote, e enfrentou grandes desafios. Ajudou a localizar vítimas em Brumadinho (MG) e Petrópolis (RJ) e atuou no incêndio do prédio da Secretaria da Segurança Pública do Estado, em Porto Alegre. Também prestou serviços na catástrofe climática do RS em maio de 2024.

Depois de aposentado, atuou em atividades assistidas (práticas que utilizam a interação com cães treinados para melhorar a qualidade de vida das pessoas, como pacientes internados em hospitais, por exemplo). Ele não só fez escola, como deixou, em seu lugar, um filho: Sheik.

Fonte: Coluna Juliana Bublitz, GZH
Fotos: Redes Sociais e André Ávila / Agencia RBS

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