Moradores de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, enfrentaram uma surpresa desagradável ao receberem contas de água com valores chegando até R$ 1 mil. Isso inclui famílias que retornaram às suas casas apenas em julho, após passarem dois meses longe devido a uma enchente que afetou cerca de 80% da cidade.
“É injusto. A gente voltou para casa tem 10 dias, a casa tá sem forro, eu trabalho por conta e, nesse período, fiquei sem trabalhar. Estou tentando arrumar, recuperar a casa, para gente voltar a ter as coisas que a gente tinha antes, mas, logo que a gente chega, vem a Corsan com uma cobrança dessas daí”, desabafa Arildo Gavinski, ao lado da esposa, Luciana, que residem no bairro Harmonia, uma das áreas inundadas em maio.
Arildo e Luciana foram surpreendidos com uma cobrança de R$ 1.023 pelo consumo de água, mesmo após a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) ter anunciado isenções para os atingidos pelas enchentes:
- Inscritos na tarifa social: isenção de 6 meses
- Não inscritos na tarifa social: isenção de maio e junho, com cobrança em julho
- Quem ficou sem abastecimento: isenção do mês de maio
O casal questiona como a conta chegou a um valor tão alto se retornaram para casa há apenas 10 dias. Antes da enchente, suas contas de água variavam entre R$ 200 e R$ 250, incluindo a taxa de esgoto.
A Corsan afirmou que, em parceria com o Ministério Público (MP) e a Defensoria Pública do Estado, criou um programa para isentar do pagamento de faturas ou taxas de serviço os imóveis afetados pelas cheias. “Os consumidores que tiverem problemas em suas contas devem procurar a empresa através de seus canais de relacionamento para solicitar a revisão de sua fatura. A Corsan reforçou as equipes de atendimento e avaliará caso a caso, para corrigir eventuais divergências”, declarou a companhia.

Outro morador do bairro Harmonia, Everton Baldino, também foi surpreendido com o valor da conta de água. Ele retornou para casa há uma semana e a conta de água que vence em agosto chegou com um valor de R$ 500.
“Eu voltei para casa não tem uma semana. O que usei de água foi para limpar a casa. Me disseram [na Corsan] que fizeram uma média e que perdoaram parte do valor, que era para ser mais de R$ 1 mil. Não faz sentido sermos cobrados nessa situação. Eu estou desempregado”, relatou Everton, que, antes de abril, pagava uma média de R$ 152 por mês na conta de água.
Esses casos destacam a dificuldade enfrentada pelos moradores de Canoas após as enchentes, e a necessidade de uma revisão cuidadosa das contas para garantir que as isenções e reduções prometidas sejam aplicadas corretamente.

Foto em destaque: RBS TV/Reprodução | Fonte: G1 RS
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