O Grêmio encerra mais uma noite na Arena com aquela sensação amarga de que o time até tenta, luta, corre… mas falta algo. A derrota por 2 a 1 para o Fluminense escancara um problema que vem se repetindo ao longo do ano: o Grêmio não consegue transformar esforço em resultado. É como se o time estivesse permanentemente a um passo de engrenar — mas esse passo nunca chega. E quando detalhes fazem diferença, as falhas individuais custam caro. Volpi, por exemplo, cometeu um erro grotesco no primeiro gol. Não adianta dourar a pílula: falhou, e a falha pesou no placar. André Henrique, mesmo deixando sua marca, desperdiçou chances que um time em crise não pode se dar ao luxo de perder. E William, que vinha sustentando atuações sólidas, caiu de rendimento justamente quando mais precisava.
No meio disso tudo, sobra Arthur. Carrega o setor sozinho, como se estivesse tentando apagar incêndios em todos os cantos do campo. O problema é que meia nenhum do mundo sustenta uma temporada inteira dessa forma. O Grêmio precisa — urgente — de reforços para ter um meio-campo mais robusto, com mais ideias, mais capacidade de controlar o jogo. Falta parceiro, falta dinâmica, falta alternativa. E aí entra Mano Menezes. A temporada deixa claro que, por mais experiência que tenha, Mano não consegue mais entregar o que o Grêmio precisa. Erra durante as partidas, demora a mexer, parece sempre dois tempos atrasado em relação ao jogo. Ontem ficou evidente: o time pedia um meia há muito tempo, e só depois da demora o treinador colocou. O resultado? O Grêmio melhorou. Tarde demais.
Num ano melancólico, fica a lição: o Grêmio precisa mudar. Precisa planejamento, precisa acerto nas contratações, precisa trazer competitividade de volta ao elenco. A nova direção terá muito trabalho para reconstruir um time que perdeu identidade ao longo de 2025. Que usem esse fim de temporada para observar, corrigir e não repetir os mesmos erros. E que, ao menos, a equipe atual consiga encerrar o ano com dignidade, buscando uma vitória contra o Sport na Ilha do Retiro. Porque se 2025 foi um alerta, 2026 precisa ser a resposta.
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