O ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, foi preso nesta quinta-feira (13) após se entregar à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba (PR). Ele é um dos alvos da 4ª fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de descontos irregulares em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social.

A esposa de Virgílio, Thaisa Hoffmann, também foi detida. Segundo a PF, ambos teriam recebido valores milionários por meio de empresas e contas bancárias ligadas ao casal. As investigações apontam que Virgílio recebeu cerca de R$ 11,9 milhões provenientes de entidades e operadores envolvidos nas fraudes, entre eles o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, considerado o principal articulador do esquema.

De acordo com as apurações, empresas ligadas à esposa do ex-procurador receberam R$ 7,5 milhões de Antunes, além de um carro de luxo. O lobista, que já estava preso, teve novo mandado de prisão expedido nesta fase da operação.

Virgílio havia sido afastado do cargo em abril por decisão da Justiça Federal, no mesmo dia em que a PF deflagrou uma das etapas da investigação. Pouco depois, o governo formalizou sua dispensa definitiva do cargo.

Com as novas prisões, a operação já levou à detenção de ex-gestores do INSS, como o ex-presidente Alessandro Stefanutto, além de dirigentes de associações e intermediários suspeitos de participar do esquema. Entre os presos também estão Vinícius Ramos da Cruz, do Instituto Terra e Trabalho (ITT), e representantes da Conafer.

Um dos investigados segue foragido, segundo informações da TV Globo. A PF afirma que as apurações continuam e não descarta novas fases da operação.

Por: Augusto Kemmerich

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Fonte: InfoMoney