Casal da Brigada Militar transforma plantões de Natal e Ano Novo em momentos de união e serviço à comunidade

Integrante da Brigada Militar desde 2009, a soldado Sílvia dos Santos de Lima Zin, conta que entre Natal e virada do ano já fez plantão entre 13 e 14 vezes. Por conta disso, se ausentar das festas da família é algo que já faz parte da rotina. “No decorrer dos anos a minha família foi entendendo e até mesmo acostumando com as minhas ausências nas datas comemorativas, porque quando nos chamam para o plantão nós temos que ir, nós temos que cumprir nosso serviço. Então foram muitos dias das mães, dias dos pais, páscoas, natais, anos novos e outras datas comemorativas, assim como domingos, sábados e feriados que estávamos escalados e sempre executamos da melhor forma possível o nosso serviço. A a gente acaba acostumando a passar certas datas comemorativas longe da família e dos amigos e acho que eles entenderam superbem, sabem que é nossa profissão, assim como tem outras profissões que também passam por isso, de terem que trabalhar no dia de alguma data específica, uma data especial, e com o tempo a família vai entendendo, a família, os amigos e acho que é bem tranquilo”, explica.

Nos últimos anos, porém, ela tem passado esses plantões ao lado do marido, o também soldado da Brigada Militar Claison Carlos Zin. Com isso, eles conseguem quase que passar a data “em família”. Ele, que está na corporação desde 2018 diz que já está acostumado a trabalhar em datas especiais: “eu já estive de plantão praticamente todos os anos, Natal ou Ano Novo, dependendo o que a escala solicitava e também o quesito de antiguidade. Militar mais antigo geralmente tem a opção de escolher se prefere trabalhar no Natal ou no Ano Novo e assim indo conforme a antiguidade e então quando não trabalhava no Natal, trabalhava no Ano Novo”, lembra.

Desde que casou com Sílvia, alguns desses plantões foram passados juntos. “Eu e a minha esposa já trabalhamos juntos nos plantões de final de ano e Natal, porque a gente preferia assim. É mais fácil, se trabalhou no Natal vai folgar junto Ano Novo e se trabalha junto no Ano Novo, folga junto no Natal. Assim, tem uma data pra ficar junto. Dentro do possível, pedimos pro escalante pra trabalhar juntos, que sempre foi compreensivo em ajustar pra gente trabalhar na mesma data e folgar na mesma data”, salienta.

Estar longe do restante da família é algo que eles superam pelo bem maior de prestar esse serviço. “A pior parte de estar fora de casa nas comemorações realmente é não estar na reunião familiar. Daqui a pouco só falta a gente na família. Mas sabemos que é pra um bem maior, que é uma situação que a gente tem que ter orgulho. Estamos ali defendendo a sociedade, protegendo o cidadão. E a parte melhor eu diria que é estar junto de pessoas que a gente já convive no dia a dia, que a Brigada é uma família. Muitas vezes a gente fica mais com os colegas do que com a própria família. Eu creio que a gente se sente seguro de estar com pessoas que conhece e pessoas que a gente trata bem e é retribuído da mesma forma”, avalia.

🚨 Gostar do que faz

Datas comemorativas ou não, todos os profissionais concordaram que o trabalho fica melhor porque gostam do que fazem. Essa é também a opinião da soldado Sílvia: “para mim não existem piores momentos, pior momento em ser escalado, ficar longe e tudo mais da família, porque eu amo o que eu faço, eu amo a minha profissão. Estou na Brigada na realização de um sonho de criança em ser militar. Então, todos os dias pra mim é um dia só. Eu visto a minha farda e procuro levar para as pessoas o melhor de mim. Hoje eu posso dizer tranquilamente que eu amo o que eu faço. Quando tu ama o que faz, ama a tua profissão, tem coisas ruins? Tem, mas tem que aproveitar todos os momentos bons, em poder trabalhar. Hoje o fato de acordar de manhã, ter saúde, ter um emprego, não importa qual que é o dia que a gente está trabalhando, mas sair e executar da melhor forma possível o nosso trabalho, que muitas pessoas dependem de nós, precisam de nós. Devemos levar esse conforto em atender o público da melhor forma possível. Pra mim não tem piores momentos em trabalhar em dias especiais como Natal e Ano Novo. Todos os dias pra nós é um dia de ir pra rua e executar o serviço da melhor forma possível”, ressalta.

O marido compartilha da opinião: “da parte de não passar com a família e amigos é tranquilo, porque a gente faz o que gosta. O serviço tem as coisas boas e as coisas ruins que acontecem no decorrer dos atendimentos, mas nessas datas comemorativas geralmente a gente é bem recepcionado nos locais, a não ser que uma situação mais complicada de atendimento, mas o pessoal já está em clima de festa também e até que são compreensivos em boa parte, não descartando possíveis situações que fogem do controle da gente, mas no fim a sensação de não poder passar com a família acaba sendo tranquila, porque a gente gosta do que a gente faz”, salienta.

🚨 Momentos que marcaram

Nesses anos trabalhando juntos, o casal lembra de uma virada de ano que passaram trabalhando juntos. Em princípio, Sílvia não havia sido escalada para a data, mas depois, ao ver que o marido estaria trabalhando, o sargento acabou colocando ela na mesma escala, para que passassem a virada juntos. Nessa noite, eles foram em apoio a outra viatura com outros dois soldados a uma ocorrência faltando poucos minutos para a meia-noite, em um local mais no interior do município. Terminada a ocorrência, quando iniciaram o deslocamento de volta, mesmo em meio a escuridão, começaram a ver a queima de fogos da virada. No momento, pararam as viaturas e aproveitaram para comemorar a chegada do novo ano e felicitar uns aos outros ali mesmo.
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Matéria da jornalista Glenda Vívian/Jornal Troca Troca Uirapuru 🎙️📸

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